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Texto Koan para reflexão
- 1 de Maio, 2020
- Publicado por: Maria João Bazan Barbosa
- Categoria: Sem categoria
Há tempos, quando estudava acerca do poder curativo dos mantras, deparei-me com este texto que me fez pensar nas perspectivas e ângulos através dos quais vemos as coisas. Achei-o muito interessante e seguidamente o transcrevo:
O mitólogo e mestre da alma J. Campbel ensinou num dos seus seminários:
Lembro-me de uma maravilhosa conversa que tive com Alan Wats, um homem extraordinário. Um dos meus problemas é que Jean sempre se atrasava. Marcava um encontro com ela aqui ou ali, e esperava sentado meia hora. Descobri que é normal os homens esperarem as mulheres. Elas têm tanta coisa para fazer antes de saírem de casa que trinta minutos ou mais passam depressa.
Bem, é básico em Nova York o facto de que leva meia hora para se chegar a qualquer lugar, mas Jean sempre achava que o horário em que ela deveria estar em certo lugar era o horário em que deveria sair. Passei pelo problema da longa espera e disse a Alan: ” O que faço com ela? Fico irritado e, quando ela chega, fico rabugento.”
Alan respondeu: ” O seu problema é que você quer que ela esteja lá, mas você deseja uma situação que não é aquela em que está. Basta perceber que você está a arruinando a experiência que poderia estar vivenciando ao pensar que ela deveria ser diferente.”
Então, a espera por Jean tornou-se um exercício espiritual. Disse para mim mesmo: ” Você não deve pensar que Jean deveria estar aqui. Olhe à sua volta e veja o que está acontecendo. “Sabe de uma coisa? O lugar onde eu estava ficou tão interessante que não me entediei nem um pouco. Às vezes, eu até desejava que Jean me fizesse esperar. Isso não teria sido possível se Alan não tivesse sugerido que eu isolasse qualquer pensamento de que a minha situação deveria ser diferente.
Esse é um exemplo do que o medo e o desejo podem fazer. Desejei que a situação fosse a que planearamos, e esse desejo impediu minha experiência imediata! “É isso! Isso é a vida! Olhe para isso! Não está fervilhando?” Mas agora que eu podia adorar a situação em que estava, a espera não era mais maçadora. A transformação psicológica seria que o que antes era suportado, agora era conhecido, amado e servido.
Autor:Maria Joao Barbosa
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