Quem alcançar a gnosis torna-se “não mais um cristão, mas um Cristo”
- 20 de Maio, 2020
- Publicado por: Maria João Bazan Barbosa
- Categoria: Sem categoria
O autor do Evangelho de Filipe, explora a relação da verdade experiencial com a descrição verbal. Ele diz que ” a verdade foi responsável pelo surgimento de nomes no mundo porque não é possível ensiná-la sem nomes”. Mas a verdade deve ser revestida com símbolos: “A verdade não veio nua ao mundo, mas sim em tipos e imagens. Não existe outra forma de recebermos a verdade. Este mestre gnóstico critica aqueles que confundem a linguagem religiosa com uma linguagem literal, professando fé em Deus, em Cristo, na ressurreição ou na igreja, como se tudo isto fossem “coisas” externas a si próprios. Pois, explica, no discurso comum cada palavra refere-se a um fenómeno específico e externo; uma pessoa ” vê o sol sem ser um sol, e vê o céu e a terra e tudo o mais, mas ela não é estas coisas”. A linguagem religiosa, por um lado, é uma linguagem de transformação interna; quem percepcionar a realidade divina ” torna-se aquilo que vê”:
TU VISTE O ESPÍRITO, TU TORNASTE-TE ESPÍRITO. TU VISTE CRISTO, TU TORNASTE-TE CRISTO. TU VISTE O PAI, TU TORNAR-TE-ÁS PAI, TU VÊS-TE A TI PRÓPRIO, E AQUILO QUE VÊS IRÁS TORNAR-TE.
Evangelho de Filipe ibid., 61.29-35
Autor:Maria Joao Barbosa
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